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2023-02-02

Why Portugal?


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São vários os motivos que justificam, por esta altura, que a indústria têxtil e vestuário de Portugal seja altamente requisitada por marcas de referência em todo o mundo.

Para começar, o saber fazer acumulado ao longo de gerações permitem ao setor desenvolver coleções de excelência. Na fileira da moda, o país detém mais de 10 000 empresas, responsáveis por 150 mil postos de trabalho. Todos os anos, Portugal exporta para o mundo mais de 7 mil milhões de euros de exportação em têxteis e vestuário, calçado e ourivesaria.

Outro dos aspetos da maior relevância prende-se com a segurança. De acordo com a revista Forbes, Portugal é um dos 20 países mais seguros do mundo para fazer negócios.

Terceiro argumento. O país está a apostar no seu futuro e revela capacidade continua de investimento. A título de exemplo, o setor têxtil e vestuário investirá mais de 100 milhões de euros nos três próximos anos para que se possa afirmar como um player de referência no domínio da sustentabilidade.

A localização estratégica privilegiada é igualmente um argumento competitivo de referência que tornam a indústria português uma referência, permitindo rapidamente escoar os produtos até à Europa central através de terra e ar, enquanto a nossa vasta costa atlântica nos coloca num local privilegiado para comércios transfronteiriços.

Por outro lado, Portugal tem o maior cluster têxtil da Europa. Com efeito, cerca de 80% das empresas deste setor estão sedeadas num raio de 50 quilómetros da cidade do Porto, em cidades como Barcelos, Famalicão, Fafe, Guimarães, Santo Tirso e Trofa.

A finalizar, Portugal é hoje uns dois países mais “in”, não só para se fazer negócios como para visitar, muito especialmente para quem aprecia o mar. A rica gastronomia e os vinhos de excelência são igualmente muito apreciados. Ainda recentemente, a cidade do Porto foi eleita o Melhor Destino de Cidade do Mundo 2022 na cerimónia dos World Travel Awards, que decorreu, em Mascate, Omã.

A voz da experiência

De acordo com o Presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confeção (ANIVEC), “a indústria portuguesa resistiu e superou até as expectativas mais otimistas”, uma vez que “resistiu a vários desafios à sua competitividade, reforçando a resiliência, característica tão intrínseca ao ADN da moda nacional”.

César Araújo considera que “o ecossistema do Têxtil e do Vestuário em Portugal é único: num raio de poucas centenas de quilómetros, reunimos todas as vertentes da cadeia de abastecimento. Somos o exemplo real de fornecimento por proximidade, desde a fiação à distribuição da peça pronta”. “Quando uma marca vem a Portugal, encontra soluções para toda a tipologia de produtos, uma vasta gama de matérias-primas, acabamentos que estão na vanguarda das tendências e um savoir-faire ímpar no que respeita a padrões de qualidade, tanto em material como produto acabado”, sublinhou.

Para o Presidente da ANIVEC, “a par das soluções oferecidas pela cadeia de abastecimento nacional e do globalmente reconhecido selo de qualidade que representa, há cada vez mais uma capacitação a nível de infraestruturas e tecnologia, bem como um investimento em soluções mais sustentáveis que permitem o posicionamento das nossas indústrias na vanguarda do mercado da Moda”. Por esse motivo, “Portugal já não é uma personagem secundária, assumindo um papel principal na evolução do Têxtil e do Vestuário na Europa”.

César Araújo considera que “há um forte investimento por parte das empresas na sua promoção enquanto veículos para o desenvolvimento socioeconómico do País, com impacto em questões tão fundamentais como a ética laboral, a dignidade dos trabalhadores que, feitas contas, são mais que 90 mil, e o forte contributo para o desenvolvimento de algumas regiões do país, nivelando gerações menos favorecidas e com impacto em questões como a igualdade de géneros, criando oportunidades e dinâmicas únicas em algumas minorias”.

Se a Europa “é líder mundial no segmentário da moda, Portugal pode e deve ser uma referência na produção de moda responsável”, defende, na medida em que “a etiqueta Made in Portugal já representa muito mais do que qualidade. Somos eficientes e inovadores nos serviços que disponibilizamos”.

A indústria portuguesa, de acordo com César Araújo, “reúne soluções para cada etapa de cadeia de abastecimento e complementámo-nos, chegando mais além. Centros Tecnológicos, Universidades e Empresários já são aliados na investigação de novas matérias-primas e de métodos produtivos, mais sustentáveis e que requerem menos recursos do Planeta. Há um forte investimento na materialização de uma Economia Circular, com uma aposta na recolha de resíduos e na transformação de vestuário usado em novos produtos”. Feitas as contas, “somos altamente versáreis e competitivos, seja pelo nosso posicionamento geoestratégico que nos permite atuar simultaneamente no mercado americano e europeu, seja pelo valor acrescentado dos serviços disponibilizados”.

Os setores do Têxtil e do Vestuário estão, igualmente, “a dar largos passos a caminho da digitalização e da automação e somos pioneiros no balanço que criámos entre a arte de saber fazer e a alta tecnologia”. “O nosso ecossistema assenta tanto na sustentabilidade social como na sustentabilidade ambiental, sendo indissociável, esta é uma receita que nem todos os players das indústrias da moda concretizam. Sendo este um mercado tão desejado, é sustentado afirmar que temos vantagens competitivas únicas”, concluiu.

Já na opinião de Mário Jorge Machado há vários pontos críticos que distinguem a indústria portuguesa. Desde logo “a qualidade dos nossos produtos”. Depois “a capacidade de inovação” e “o fator da sustentabilidade”. Por fim, “e acima disto tudo o serviço e a nossa confiabilidade”.

De acordo com o Presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal “com todas as novas diretivas europeias que vão surgir temos de reforçar duas situações: o contínuo processo de inovação, uma inovação ligada à qualidade do produto, sustentabilidade e circularidade, e também a nossa capacidade de comunicar quão sustentável e quão circular são os nossos produtos. Nós vamos ter de reforçar muito a nossa capacidade de comunicar o que estamos a fazer”.

Mário Jorge Machado considera que “Portugal tem de ser a referência a nível internacional em termos de sustentabilidade”. “Quer pelas energias renováveis que utilizamos, quer pelos métodos de produção mais sustentáveis em termos de consumo de água e energia, e depois todo o investimento que estamos a fazer em termos de circularidade. O objetivo como indústria é chegarmos ao final desta década como uma indústria totalmente descarbonizada”, concluiu o presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).