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A indústria da moda olha para 2024 com apreensão. O sentimento de incerteza destaca-se entre os líderes da moda, de acordo com o Inquérito Executivo BoF-McKinsey State of Fashion 2024. Ainda que perante uma combinação eventos geopolíticos, económicos e climáticos, que levanta preocupação, estes executivos vêm razões para otimismo, e destacam-se no relatório 10 oportunidades para 2024.
1. Um futuro fragmentado
Em 2024, as perspetivas económicas continuarão provavelmente instáveis. À medida que os desafios económicos e geopolíticos pesam sobre a confiança dos consumidores, o mercado da moda enfrenta diferentes forças, exigindo que fornecedores, marcas, e retalhistas reforcem os seus planos de contingência.
2. Urgência climática
A frequência e intensidade dos fenómenos meteorológicos de 2023 deixaram a cadeia de valor do setor da moda especialmente vulnerável. Com a agravação dos riscos climáticos por todos os continentes, o setor tem de construir resiliência e continuar a reduzir as emissões.
3. Em modo de férias
Os consumidores estão a preparar-se para o maior ano de viagens desde o pré-pandemia. As marcas os e retalhistas devem considerar renovar as suas estratégias para atender à procura dos viajantes.
4. A nova era da influência
Um novo leque de personalidades criativas está a ganhar a atenção das marcas, conquistando a confiança e simpatia dos públicos-chave. Trabalhar com estas personalidades em 2024 vai requerer novos tipos de parcerias, ênfase no conteúdo em vídeo e disposição para ceder algum controlo criativo.
5. A reinvenção do outdoors
O boom na procura pelo vestuário técnico de outdoor foi fomentado pela adoção pós-pandemia de estilos de vida mais saudáveis, e pelo “gorpcore”, e é provável que se intensifique ainda mais em 2024. Mais marcas de outdoor irão lançar coleções de lifestyle, e, por sua vez, mais marcas de lifestyle irão incluir elementos técnicos nas suas coleções, esbatendo ainda mais a fronteira entre funcionalidade e estilo.
6. Encruzilhada criativa de IA generativa
Depois do boom de IA generativa em 2023, e casos de utilização de sucesso por toda a indústria criativa, surge a oportunidade de capturar o valor desta tecnologia transformativa em 2024. Isto vai exigir aos players da moda uma visão além automação, e a exploração do seu potencial para complementar o trabalho criativo humano.
7. Jogadas de poder do fast fashion
A competitividade no setor de fast fashion irá aumentar ainda mais no próximo ano. Os novos concorrentes, liderados pela Shein e Temu, estão a mudar o panorama do mercado. O sucesso dependerá da capacidade dos players do mercado de se adaptarem à evolução das preferências dos consumidores, enquanto navegam pelas regulações que podem afetar o setor.
8. Foco em branding
O branding vai voltar a estar no centro das atenções no próximo ano – a indústria da moda é confrontada com um cenário em mudança, no qual o marketing de performance já não é o foco. A conexão emocional dos consumidores às marcas vai ser crítica, e os marketers da moda devem reorientar as suas estratégias para dar ênfase à construção das suas marcas a longo prazo.
9. Regulamentações de sustentabilidade
A era da autorregulação da sustentabilidade na indústria da moda está a chegar ao fim. Em todas as jurisdições, novas regulamentações de sustentabilidade poderão ter um impacto generalizado no mercado. Marcas e fabricantes são confrontados com a necessidade de renovar os seus modelos.
10. Efeito chicote
As mudanças na procura resultaram num “efeito chicote”, em que os cortes nas encomendas aumentam em magnitude em diferentes partes da cadeia de abastecimento, pressionando os fornecedores do setor. Para que o fornecimento mantenha o ritmo da procura renovada prevista, as marcas e os retalhistas devem considerar focar-se na transparência e em reforçar parcerias estratégicas.
