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2024-01-23

Riopele desenvolve gangas do futuro


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Há uma nova geração de produtos a nascer no seio da Riopele, uma empresa têxtil sedeada em Vila Nova de Famalicão, com praticamente 100 anos de existência. Indario é a nova nomenclatura de um projeto que agrega o nome do corante mais associado à cor ganga, Indigo, a Rio de Riopele, e realça “todos os procedimentos mais sustentáveis desenvolvidos pela Riopele a pensar nas gerações futuras”, explicou Ângela Teles, do departamento de I&D da empresa.

Recorde-se que Riopele anunciou o compromisso de se tornar operacionalmente neutra em carbono até 2027, através da implementação de um conjunto de medidas e projetos, que permitirão que todas as operações da empresa tenham um impacto ambiental zero.

Em termos práticos, a Riopele desenvolveu uma nova gama de produtos de valor acrescentado que combina um conjunto de matérias-primas nobres como a viscose ecovero (33%) e linho certificado European Flax (67%). “Procuramos fugir aos tecidos mais básicos e apostar em estruturas mais diversas, com fios de fantasia, flamés, que apelem ao lado sentimental dos consumidores”. A Riopele aposta, por um lado, num processo de tingimento inovador, desenvolvido em parceria com a Archroma, e numa escolha criteriosa de matérias-primas, resultando “em economias de água e energia, na ordem dos 67% e 35% respetiva¬mente, quando comparado com o procedimento convencional de denim”.

Acresce que esta nova solução permite assegurar vantagens comparativas adicionais, na medida em que favorece, por um lado, “uma maior flexibilidade” e, por outro, “maior segurança, através do uso de corantes certificados pela ZDHC”.

A nova gama de produtos, que está a ser apresentada por estes dias em certames profissionais de referência como Première Vision, em Paris, Milano Única, em Milão, Munich Fabric Start, Munique, e Modtissimo, no Porto, permite tanto desenvolver produtos mais ligeiros para o dia-a-dia como ser otimizada para abordagens mais técnicas e de alto valor acrescentado.

Nesta fase, é nos países nórdicos como Suécia e Finlândia, tradicionalmente mais sensíveis às questões relacionadas com a sustentabilidade, que a Indario está a acolher melhor aceitação, mas é expectável uma reação semelhante em países como Alemanha e França. Para isso, a componente estética é uma aposta relevante. “Sabemos bem que não chega apesentarmos produtos sustáveis, se não forem em simultâneo visualmente apelativos e capazes de entusiasmar o cliente”, concluiu Ângela Teles.