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2021-11-30

“O nosso trabalho vai muito além de vender uma coleção”


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Nome: Ana Vaz
Idade: 55
Naturalidade: Lisboa

É uma das especialistas de mercado da Riopele, com uma experiência de trabalho acumulado num mercado de grande relevância como o francês, onde estreita relações com marcas de renome internacional. Noutras geografias, como Bélgica, Hungria ou Países Baixos, Ana descobre todos os dias novos parceiros comerciais.

1. Qual a importância do mercado francês para a Riopele?

É um mercado histórico para a Riopele. Em França, trabalhamos com marcas de moda que são referências mundiais. Marcas que são nossas parceiras e que em muito têm contribuído para o desenvolvimento da empresa.

2. O facto de a Riopele trabalhar com essas marcas francesas de referência é um desafio ou uma responsabilidade?

As duas coisas. Desde logo, é desafiante porque trabalham num sistema que não é tradicional, com necessidades muito específicas, que nos exigem nomeadamente o desenvolvimento atempado de produtos de excelência e de tempos de resposta céleres. Ao ser um desafio é igualmente uma responsabilidade, que nos obriga a um correto acompanhamento de cada etapa e um grande enfoque no resultado final.

3. Que argumentos competitivos apresenta a Riopele num mercado tão exigente como o francês?

Temos uma coleção abrangente, uma estrutura produtiva vertical e um conhecimento dos mercados globais que permite transmitir aos nossos clientes confiança e estabilidade. Acresce que acreditamos que o nosso trabalho vai muito além de vender uma coleção. Procuramos realizar um verdadeiro acompanhamento do cliente, desde o pedido inicial até ao apoio pós-venda. Essa filosofia está no nosso ADN.

4. A Ana é hoje uma especialista no mercado francês, mas trabalha igualmente com outros mercados muito relevantes como a Bélgica, Hungria ou Países Baixos. Quais as diferenças que identifica entre os vários mercados?

A mentalidade porque é inerente aos países. Em França, trabalhamos com três tipologias de marcas, marcas que se iniciaram na década de 80 e 90 e se vieram a afirmar como colossos internacionais, depois com marcas que nasceram nos anos 70 e enfrentarão no futuro algumas alterações estruturais e, por fim, novas marcas orientadas especificamente para o online.

Já na Bélgica e nos Países Baixos trabalhamos com marcas muito interessantes, não obstante não terem a mesma visibilidade internacional. Na Bélgica, por exemplo, há uma cultura de diálogo estreito entre cliente e fornecedor, enquanto na Holanda nota-se uma maior agressividade negocial. No caso da Hungria, trabalhamos com marcas jovens, com conceitos de produto mais estudados.

5. A sustentabilidade é uma moda que veio para ficar ou uma oportunidade para distinguir as empresas inovadoras e responsáveis das outras?

Não podemos chamar de moda porque, como defendia Coco Chanel, a moda é o que passa de moda e a sustentabilidade veio de facto para ficar. Essencialmente, vai servir para distinguir as empresas com as melhores práticas, sendo uma oportunidade para aquelas que conseguirem fazer a diferença ao longo de toda a cadeia de valor.

Considero, igualmente, que a sustentabilidade não poderá estar vinculada ao lobby da certificação. Na minha opinião, a resposta do consumidor final será absolutamente essencial para distinguir entre o que são práticas verdadeiras e coerentes de meras práticas de greenwashing da indústria de moda.