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2023-04-25

“Nórdicos têm uma consciência social fortíssima”


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Sónia Luso trabalha há mais de uma década na Riopele, sendo especialista nos mercados nórdicos. Considera que em países como a Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia “o nível de consciencialização é elevadíssimo”. “O seu elevado nível económico, sociocultural, democracia-social e competitividade, resulta numa educação assente em fortes princípios, valores morais e humanitários, dotam a sociedade de uma consciência social fortíssima e em que as relações pessoais e profissionais são pautadas pela abertura e transparência”, destacou.

Ainda se recorda do primeiro dia na Riopele?

Iniciei funções em junho de 2011 na RFS para prospeção de mercado nórdico. Em janeiro de 2013, integrei a equipa comercial da Riopele iniciando funções como Gestora de Mercado e encomendas da Rússia e Suécia. Em 2014, iniciei o mercado da Dinamarca, à data fechado, e que atualmente é, dos 4 países da Escandinávia, o que tem maior expressão.

Como foi esse dia?

Lembro-me perfeitamente do primeiro dia na Riopele, o quanto estava ansiosa e entusiasmada por vir trabalhar para uma empresa vertical, tendo em conta que a minha experiência até então era mais ligada à área de serviços.

No seu entendimento, de que forma evoluiu a empresa nos últimos anos?

A evolução tem sido fundamental no sucesso da empresa. Os investimentos na área produtiva permitiram uma maior e rápida resposta à diversidade de encomendas dos variados mercados, com exigências e necessidades distintas; a evolução de ferramentas digitais, impulsionada pela pandemia, permitiu mantermo-nos próximo dos clientes e tornou-se aos dias de hoje uma ferramenta indispensável, quer nas visitas aos clientes, quer no acompanhamento e trabalho diário. Na área da investigação e sustentabilidade, destacaria as parcerias (quer com instituições quer diretamente com os clientes) que contribuem seguramente para o nosso progresso, inovação e reconhecimento junto dos nossos clientes e parceiros da cadeia de fornecimento.

Quais são as principais diferenças culturais que identifica entre Portugal e o mercado nórdico?

São países com uma identidade única. O seu elevado nível económico, sociocultural, democracia-social e competitividade, resulta numa educação - da infância à idade adulta - assente em fortes princípios, valores morais e humanitários, que dotam a sociedade de uma consciência social fortíssima e em que as relações pessoais e profissionais são pautadas pela abertura e transparência.

Apesar de compartilharem características culturais e geográficas semelhantes, vê diferenças significativas em termos de preferência de produto entre os clientes da Riopele na Dinamarca, Finlândia, Noruega e Suécia?

Todos eles partilham a preferência por produtos de fibras naturais, sustentáveis; tecidos sofisticados e diferenciadores. Pode dizer-se que o mercado mais inovador é a Suécia que se apresenta como pioneira no desenvolvimento de conceitos, fibras e novos produtos no âmbito da sustentabilidade, com primazia para as fibras naturais, o que se por um lado é mais resistente à utilização daquilo que são os produtos ADN Riopele, impulsiona o desenvolvimento e inovação por outro.
Já a Dinamarca, apesar da enorme exigência, está mais disponível para a utilização do que são os produtos ADN Riopele convertidos na sua versão sustentável, como é o caso do poliéster reciclado. Contudo, começa-se a verificar um crescimento na procura e seleção de fibras naturais.

Qual é o nível de consciencialização dos clientes nórdicos em relação à sustentabilidade?

O nível de consciencialização é elevadíssimo. Considerados os impulsionadores da sustentabilidade, os clientes nórdicos conseguem levar os seus ideais aos principais mercados mundiais através da implementação de práticas no processo produtivo e social, como é o exemplo da prática da economia circular. A crescente presença de fibras naturais e/ou sustentáveis nas coleções dos clientes, já começa a ter cotas impostas pelas entidades nacionais de forma a assegurar uma moda mais lenta e sustentável, que se traduz em coleções mais pequenas, responsáveis, mas também de maior qualidade e durabilidade.

Qual é o papel da Riopele em ajudar a impulsionar a sustentabilidade nas marcas de moda destes países?

A Riopele tem tido um papel fundamental nesse âmbito. Uma produção 100% vertical, grande capacidade de inovação e adaptação, forte aposta da Riopele na inclusão de fibras sustentáveis na sua produção, como é o caso da viscose Lenzing e principalmente do poliéster reciclado, fibras por excelência do ADN Riopele, assim como o desenvolvimento da marca Tenowa, são elementos-chave na escolha da Riopele como parceira para projetos de lançamento de novos produtos no mercado. Disso exemplo são as marcas – SNT da Dinamarca e Filippa K da Suécia - que através de um diálogo aberto, direto e um intercâmbio de know-how com o cliente e com parceiros da cadeia de fornecimento, são desenvolvidos produtos de sucesso permitindo à Riopele fortalecer a sua presença nesses mercados. Esta dinâmica é essencial para o bom progresso e inovação da Riopele e dos seus clientes.