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Chegou à Riopele há apenas 2 meses para assumir a Direção Comercial da empresa. Numa altura em que se finalizam os últimos pormenores para as feiras internacionais da indústria têxtil e da moda, Marta Pacheco fala sobre a visão estratégica e o compromisso com a qualidade que a Riopele quer continuar a ter no mercado.
“Temo-nos conseguido manter competitivos no mercado e adaptarmo-nos às mudanças e exigências do setor têxtil”, considera Marta Pacheco. Para isso, a empresa tem vindo a reforçar a aposta “em talento, em novas tecnologias e em processos de produção cada vez mais eficientes e inovadores.”
Chegou recentemente à Riopele, quais as primeiras impressões?
A Riopele é uma empresa impressionante. Não só pela sua dimensão e longevidade, mas pela sua capacidade de adaptação e inovação ao longo do tempo. Tenho vindo a ser continuamente surpreendida pela transformação digital dos diferentes departamentos da empresa e pelo forte investimento em pessoas, equipamentos, infraestruturas e sustentabilidade, pilares que me fazem acreditar no projeto e num futuro de sucesso.
Fui muito bem recebida por todos e estou muito entusiasmada com o desafio e com o caminho auspicioso que temos pela frente.
É a nova Diretora Comercial da Riopele. Qual a sua visão sobre a Riopele no mercado da indústria têxtil?
A Riopele é uma empresa líder no mercado têxtil, com uma reputação sólida e uma posição de destaque, sendo reconhecida pela qualidade dos seus produtos, pela capacidade de inovação e pela sua contribuição para o desenvolvimento sustentável do setor. Com quase 100 anos de experiência, a Riopele integra verticalmente todo o ciclo produtivo, incluindo áreas como R&D, Fiação, Tinturaria, Torcedura, Tecelagem e Ultimação.
Temo-nos conseguido manter competitivos no mercado e adaptarmo-nos às mudanças e exigências do setor têxtil, apostando em talento, em novas tecnologias e em processos de produção cada vez mais eficientes e inovadores. Além disso, temos investido em sustentabilidade, adotando práticas responsáveis e ecologicamente conscientes, o que tem contribuído para fortalecer a nossa imagem no mercado e atrair cada vez mais clientes preocupados com estas questões.
Nesse sentido, como diretora comercial, a minha visão sobre a Riopele no mercado da indústria têxtil é extremamente positiva. A Riopele é uma empresa com história e tradição, com um know-how único e uma ampla gama de produto. Tem, por isso, todos os meios para prestar um serviço de excelência aos seus clientes. A sua verticalidade produtiva, é replicada em termos de serviço, numa abordagem customer centric, onde equipas totalmente dedicadas às exigências particulares de cada cliente trabalham em verdadeira parceria com as marcas, desde o momento de sourcing até ao apoio pós-venda.
Temos uma forte presença internacional, exportamos 95% da nossa produção e mantemos parcerias estratégicas com grandes marcas do setor. Esta visão estratégica e de compromisso com a qualidade que me faz acreditar que a Riopele continuará a ser uma referência no mercado têxtil, conquistando cada vez mais uma posição de destaque no setor. Estou, por isso, muito confiante relativamente ao potencial de crescimento da empresa e à sua capacidade de adaptação e inovação contínua.
Do ponto de vista estratégico quais são os mercados prioritários para a Riopele?
A Riopele é uma empresa com presença global e, portanto, os nossos mercados prioritários são aqueles em que já temos uma posição consolidada e aqueles onde identifiquemos potencial para crescimento significativo.
Temos atualmente uma forte presença em toda a Europa, nos Estados Unidos e Canadá, sendo estes mercados chave para a Riopele, onde pretendemos continuar a expandir a nossa presença e a aumentar o volume de negócios. Além disso, continuamos a apostar no mercado asiático, em países como China, Japão e Coreia do Sul, onde identificamos um grande potencial devido ao crescimento da classe média e ao aumento da procura por produtos têxteis de alta qualidade.
Também estamos atentos aos países em desenvolvimento na América Latina e no Médio Oriente, onde acreditamos haver oportunidades de crescimento, no sentido de expandir a nossa presença e diversificar fontes de receita.
Naturalmente, este foco estratégico vai sendo acompanhado de perto, uma vez que em mercados mais instáveis temos de ir monitorizando e considerando fatores críticos como a concorrência, os custos de produção, as regulamentações locais e as preferências dos clientes ao definir a sua estratégia de mercado.
Quais são os fatores mais críticos?
No contexto atual, acreditamos que o nosso valor acrescentado se adequa a um mercado premium, onde os clientes escolhem os seus parceiros por questões que não estão tão ligadas a preço, mas antes à qualidade do produto e do serviço prestado, onde ganham especial importância fatores como a sustentabilidade e responsabilidade social.
Como pretende a Riopele fortalecer a relação com os seus clientes de forma a continuar a ser uma referência nacional e internacional?
Vamos fazê-lo mantendo a abordagem customer centric, colocando o cliente no centro de nossas estratégias, operações e decisões. Concentramo-nos em entender as necessidades, desejos e comportamentos de nossos clientes para poder oferecer produtos e serviços que atendam às suas expectativas de forma personalizada e eficaz. Acima de tudo, os clientes precisam de minimizar os seus problemas e procuram estabelecer estratégias de negócio com os parceiros que lhes ofereçam respostas mais eficazes.
Este modelo de consultive selling tem-nos vindo a manter relevantes e competitivos num mercado em constante mudança, porque garante uma jornada de cliente positiva, onde a ação comercial adota uma abordagem holística de venda. O gestor comercial torna-se um consultor de confiança que colabora com o cliente para identificar soluções bespoke, que nos permitem estabelecer relacionamentos mais duradouros, aumentar a fidelização e até expandir a nossa base de clientes por meio de recomendações e referências positivas.
Que medidas considera necessárias para promover a inovação na área comercial e assim manter a competitividade da Riopele?
Manter a competitividade de uma empresa implica uma cultura assente em valores que estão já muito enraizados na Riopele. Refiro-me a fatores como adaptação contínua, a criação de um ambiente de inovação, uma gestão otimizada, um investimento continuo, foco na sustentabilidade e na indústria 5.0 e, claro, a contratação e retenção de talento.
Além disso, penso que a transformação não pode ser feita apenas sobre fatores internos, mas sim numa ótica de inovação aberta, em que colaboramos com parceiros externos na co-criação de soluções eficazes para problemas comerciais. Falo, por exemplo, de parcerias com consultoras, universidades, start-ups ou entidades de pesquisa.
No que se refere à área comercial, penso que, fazendo a Riopele parte de uma indústria tão volátil que tem vindo a sofrer profundas mudanças ao longo dos últimos anos, é vital assegurar uma gestão estrategicamente planificada, através da implementação de ferramentas e tecnologia que garantam a qualidade da informação, do controlo e avaliação do desempenho e dos resultados, de modo que possamos fazer iterações atempadas sempre que haja desvio relativamente aos objetivos traçados.
Ou seja, inovar não apenas em termos tecnológicos, mas também no modo como se estabelecem as parcerias estratégicas com os clientes, no modo de gestão da equipa e até nos próprios modelos de negócio. O futuro não está decidido, por isso, há que influenciá-lo ativamente através de escolhas e ações comerciais que o tornem mais favorável para nós.
De que forma irá lidar com os desafios e oportunidades atuais do mundo da indústria têxtil?
O mundo industrial atual vive desafios globais profundos e específicos, mas a Riopele tem uma estratégia clara e sabe onde quer estar, consciente das tendências do mercado e das suas capacidades.
Sou muito otimista e tendo a ver oportunidades nos desafios que identificamos.
Temos uma administração que tem apostado fortemente em melhoria contínua, em tecnologia, em pessoas altamente qualificadas, na sustentabilidade, na inovação e na monitorização do mercado, o que me faz sentir confiante que teremos capacidade de ultrapassar os desafios, aproveitar as oportunidades e continuar a aumentar o volume de negócios para atingir a meta dos 100 milhões de euros de faturação em 2027, ano em que a Riopele assinala o seu centenário.