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2024-04-04

“Repensamos toda a nossa estratégia”


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Miguel Teles está na Riopele há 35 anos, altura em que os primeiros computadores pessoais estavam a chegar à empresa. Para o Diretor de Logística da Riopele “a aposta nos novos talentos e na inovação era já notória”.

Na área logística, em particular para uma empresa de forte vocação exportadora, a procura de novas soluções assume-se como prioritária. “A construção do novo Polo Logístico, em 2021, permitiu a centralização das operações logísticas, maximizando a produtividade das equipas e dos meios, otimizando os recursos e rotinas de trabalho”. Desta forma, “proporcionou melhores condições de armazenagem dos principais materiais utilizados na fabricação de tecidos, a centralização dos stocks e a sua organização.”

Ainda se recorda o seu primeiro dia na Riopele?

Ainda me recordo do primeiro dia na Riopele: 2 de janeiro de 1989, já lá vão mais de 35 anos. Fui muito bem recebido e apoiado pelas pessoas do “centro informático” onde a aposta nos “novos” já era clara. As instalações estavam em remodelação. O sistema utilizado era um “enorme” IBM System/38 com os famosos terminais dos caracteres verdes sendo substituído de seguida pelo IBM AS400. Estavam também a chegar os primeiros computadores pessoais.

Como tem evoluído a empresa ao longo destas três décadas e meia?

A capacidade da empresa em adaptar-se a um mundo em constante mudança, nos seus diferentes setores, é o segredo do nosso sucesso.

Mas o que mudou nesse período?

Hoje, a Riopele é uma empresa completamente diferente daquela que encontrei quando aqui cheguei. Ao longo destes anos, assistimos a vários processos de transformação na empresa como a implementação do sistema SAP durante a década de 2000 que com o esforço, empenho e compromisso da equipa Riopele tornou possível adquirir um sistema integrado que é diferenciador e ajuda a garantir o nível de serviço exigido pelos nossos clientes. Também a evolução positiva dos resultados da empresa nos últimos anos é de salientar e reflete que a estratégia adotada foi a mais adequada. Para isso, contribuiu a estratégia comercial e de produto, a modernização e reorganização das áreas produtiva e energética, a maior qualificação dos nossos recursos humanos e também a continua melhoria e sistematização de processos.

Considerando que a Riopele é uma empresa altamente exportadora, como se tem adaptado a área logística da Empresa?

Temo-nos adaptado em várias áreas. Saliento a construção do novo Polo Logístico, que permitiu a centralização das operações logísticas, maximizando a produtividade das equipas e dos meios, otimizando os recursos e rotinas de trabalho e, também, proporcionou melhores condições de armazenagem dos principais materiais utilizados na fabricação de tecidos, a centralização dos stocks e a sua organização.

Assumimos internamente a gestão dos transportes, selecionando assim parceiros que garantem entregas rápidas, fiáveis, que disponham de funcionalidades, tais como, Track & Trace e EDI e evidenciem preocupações por uma logística sustentável. Dascher, DB Schenker, UPS, FEDEX e DHL são alguns dos nossos parceiros habituais. Depois, com a implementação do sistema integrado de gestão SAP R3, conseguimos melhorar o processo de planeamento, utilizando ferramentas como o MRP, ATP e gestão de capacidades, permitindo assim aumentar a taxa de cumprimento de prazo. Os processos de gestão de stocks, armazéns, vendas e distribuição também se tornaram mais eficientes e sistematizados. Por fim, a construção de indicadores de desempenho (KPIS) permitiu efetuarmos um acompanhamento mais próximo, possibilitando a tomada de decisões em tempo útil sempre que necessário.

 

De que modo a Guerra na Ucrânia e o conflito na Palestina tem vindo a influenciar a atividade da Riopele?

Na exportação, desde o início da Guerra na Ucrânia o transporte de mercadorias para os países de leste diminuiu substancialmente. Ao nível da importação, o tempo de trânsito das matérias-primas aumentou consideravelmente, o que obrigou a repensarmos a estratégia de aprovisionamento, antecipando planos de compra de forma a minimizar eventuais riscos.

A Riopele tem vindo a procurar novas rotas?

No sentido de minimizar os riscos, selecionamos apenas duas companhias marítimas, que apesar de o tempo de trânsito ainda ser elevado, utilizam novas rotas garantindo um nível de serviço satisfatório.

Considera que o nearshoring é uma realidade ou apenas “fogo de vista”?

O nearshoring já é uma realidade, principalmente entre empresas dos EUA e México. É um método de terceirização estratégica que envolve a atribuição de tarefas em países que são fisicamente vizinhos do país de origem.  Oferece várias vantagens às empresas que procuram uma colaboração eficiente e produtiva. No entanto, este conceito pode não ser a solução adequada para todas as empresas, tendo sempre de se ter em consideração as particularidades do setor e das operações das empresas.

Que novas soluções logísticas tem vindo a Riopele a priorizar para reforçar a sua competitividade no mercado internacional?

Neste momento, o nosso principal foco está no upgrade SAP S/4HANA, principalmente nas novas funcionalidades na gestão da cadeia de abastecimento que nos permita otimizar os processos de venda, planeamento, produção, armazéns, expedição e distribuição, envolvendo os diferentes parceiros de negócio (fornecedores, transportadores e clientes), ajudando assim a melhorar o nosso nível de serviço. A construção de um novo Polo Logístico para matérias-primas, a utilização da tecnologia RFID e a implementação de funcionalidades para planeamento e gestão de transportes são outras soluções para reforçar a nossa competitividade.